Prefiro
rosas, meu amor, à pátria,
E
antes magnólias amo
Que
a glória e a virtude.
Logo
que a vida me não canse, deixo
Que
a vida por mim passe
Logo
que eu fique o mesmo.
Que
importa àquele a quem já nada importa
Que
um perca e outro vença,
Se
a aurora raia sempre,
Se
cada ano com a primavera
As
folhas aparecem
E
com o outono cessam?
E
o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam
à vida,
Que
me aumentam na alma?
Nada,
salvo o desejo de indiferença
E
a confiança mole
Na
hora fugitiva.
*Fernando
Pessoa/Ricardo Reis
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