"Em vez de perguntar o que é a
religião, prefiro perguntar o que caracteriza as aspirações de uma pessoa que
me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa que é religiosamente iluminada
parece-me alguém que, utilizando as suas melhores capacidades, se libertou das
grilhetas dos seus desejos egoístas e está preocupado com pensamentos,
sentimentos e aspirações a que se agarra devido ao seu estreito valor super pessoal.
Parece-me que o que é
importante é a força deste conteúdo super pessoal e a profundidade da convicção
relativa ao seu significado esmagador, independentemente de se fazer alguma
tentativa para reunir este conteúdo com um ser divino, pois de outro modo não
seria possível considerar Buda e Spinoza personalidades religiosas.
De igual modo, uma pessoa
religiosa é devota no sentido de que não tem quaisquer dúvidas sobre o
significado e o carácter desses objectos e fins super pessoais, que não
necessitam nem garantem uma fundamentação racional (...)
A ciência só pode ser criada
por aqueles que estão profundamente imbuídos de uma aspiração de verdade e
compreensão. Todavia, a origem deste sentimento nasce na esfera da religião. A
esta esfera pertence também a fé na possibilidade de as regulações válidas para
o mundo real serem racionais, isto é, compreensíveis pela razão.
Não sou capaz de imaginar um
cientista genuíno sem essa fé profunda."
Albert Einstein, in
'Conferência (1940)'
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