Da
alma, e de quanto tiver
Quero
que me despojeis,
Contanto
que me deixeis
Os
olhos para vos ver.
Cousa
que este corpo não tem
Que
já não tenhais rendida;
Depois
de tirar-lhe a vida,
Tirai-lhe
a morte também.
Se
mais tenho que perder,
Mais
quero que me leveis,
Contanto
que me deixeis
Os
olhos para vos ver.
Luís
Vaz de Camões
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