Para
aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos
a quem jurei amar,
Nunca
os meus braços lânguidos traçaram
O
voo dum gesto para os alcançar...
Se
as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre
um amor em sangue a palpitar...
-
Quantas panteras bárbaras mataram
Só
pelo raro gosto de matar!
Minha
alma é como a pedra funerária
Erguida
na montanha solitária
Interrogando
a vibração dos céus!
O
amor dum homem? - Terra tão pisada,
Gota
de chuva ao vento baloiçada...
Um
homem? - Quando eu sonho o amor de um Deus!...
Florbela
Espanca, Charneca em Flor (1930)
Nenhum comentário:
Postar um comentário