Nas
mãos inquietas
Cansadas
esperanças
Tateando
formas na luz ausente,
Nos
olhos embrumados
A
viva cruz do alívio,
Na
boca imobilizada
A
palavra amortalhada.
E
à tona da fugaz realidade
O
mistério das surpresas superadas.
Paisagem
de espaços, e fantasmas
Ordenam
não falar, não morrer,
Ouvir
sem conduzir o pensamento,
Viver
os vazios lúcidos
Entre
a palavra e o som
Do
coração a bater.
Resta
apenas a flutuação ociosa
Livre
das coisas da memória, da discordância
Das
idéias obsessivas
Que
escondidas estavam
Como
fantásticos tesouros
Em
frágeis e indefesas mãos.
Adalgisa
Nery
In
Erosão, 1973
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