Claramente:
o mais prático dos sóis,
o
sol de um comprimido de aspirina:
de
emprego fácil, portátil e barato,
compacto
de sol na lápide sucinta.
Principalmente
porque, sol artificial,
que
nada limita a funcionar de dia,
que
a noite não expulsa, cada noite,
sol
imune às leis de meteorologia,
a
toda a hora em que se necessita dele
levanta
e vem (sempre num claro dia):
acende,
para secar a aniagem da alma,
quará-la,
em linhos de um meio-dia…
João
Cabral de Melo Neto
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