A
solidão é como uma chuva.
Ergue-se
do mar ao encontro das noites;
de
planícies distantes e remotas
sobe
ao céu, que sempre a guarda.
E
do céu tomba sobre a cidade.
Cai
como chuva nas horas ambíguas,
quando
todas as vielas se voltam para a manhã
e
quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos
e tristes se separam;
e
quando aqueles que se odeiam
têm
de dormir juntos na mesma cama:
então,
a solidão vai com os rios...
Rainer
Maria Rilke
In
o livro das imagens, 1902
trad.
de Maria João Costa Pereira
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