Que
é que vou dizer a você?
Não
estudei ainda o código de amor.
Inventar,
não posso.
Falar,
não sei.
Balbuciar,
não ouso.
Fico
de olhos baixos espiando,
no
chão, a formiga.
Você
sentada na cadeira de palhinha.
Se
ao menos você ficasse aí nessa posição,
perfeitamente
imóvel, como está,
uns
quinze anos (só isso)...
Então,
eu diria:
Eu
te amo.
Por
enquanto sou apenas o menino
Diante
da mulher que não percebe nada.
Será
que você não entende?
Será
que você é burra?
Carlos Drummond de Andrade
In
poesias completas, pg 1024
Fonte: http://poeticaecotidiana.
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