Mal o
dia se esgueira e foge entre as árvores do crepúsculo,
insinuam-se
os seus finais entre as dúvidas do nascer da noite.
Pára o
rio e sua viagem. Cessam as águas a sua voz.
Cantos
de pássaros interrompem-se e tombam nos ouvidos da solidão.
Póstumos
bois adormecem no relvado as suas sombras,
e um
gesto final do ocaso conduz a ovelha derradeira.
Entre os
rebanhos recolhidos recolheu-se a tarde
e,
enquanto as distâncias se estiram brancamente,
lúcido
vinho vai a terra embebedando:
o chão é
claro sonho e firmamento.
Verte o
céu a sua azul antiguidade
sobre as
formas, as ausências e os corações dos homens,
e a lua
vai abrindo em leve solo nas alturas
imaginativas
ruas de silêncio, de outrora,
de alva
tristeza e amoroso pensamento.
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