Falar
do trigo e não dizer
o
joio. Percorrer
em
voo raso os campos
sem
pousar
os
pés no chão. Abrir
um
fruto e sentir
no
ar o cheiro
a
alfazema. Pequenas coisas,
dirás,
que nada
significam
perante
esta
outra, maior: dizer
o
indizível. Ou esta:
entrar
sem bússola
na
floresta e não perder
o
rumo. Ou essa outra, maior
que
todas e cujo
nome
por precaução
omites.
Que é preciso,
às
vezes,
não
acordar o silêncio.
Albano
Martins
In
Escrito a Vermelho, 1999
Professor, poeta e
escritor
Nasceu: 06 de Agosto de
1930
Local: Fundão - Portugal
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